
É o profissional que possui conhecimentos referentes ao sistema nervoso central (SNC) do ser humano em articulação com os processos educacionais, enxergando o aprendente como um ser integral que precisa e tem o direito de se desenvolver na sua plenitude.
Para além de conhecer as ciências da educação e neurociências, o neuroeducador é guiado por uma visão disruptiva alicerçada na ciência e suas descobertas sobre o cérebro e os processos de aprendizagem humana.
A Neuroeducação é uma ciência transdisciplinar, desse modo a formação de base do neuroeducador pode ser de amplo alcance, podendo ser em distintas áreas, como pedagogia, psicopedagogia, psicologia, neuropsicopedagogia medicina, terapia ocupacional, fonoaudiologia, direito, assistência social, comunicação social e várias outras, ou seja, não há restrição de formação básica.
O Neuroeducador está apto a:
- Compreender a interação entre as Neurociências e as Ciências da Educação;
- Compreender como o indivíduo aprende;
- Compreender as etapas do desenvolvimento motor, sensorial e cognitivo por meio do estudo do sistema nervoso;
- Reorganizar as matrizes de inteligências múltiplas, intervindo em áreas específicas para a máxima potencialização de seus aprendentes;
- Promover otimização do uso dos recursos educacionais, tanto nos processos do desenvolvimento padrão quanto naqueles relacionados às intercorrências do desenvolvimento global decorrente de atipias;
- Compreender os quadros patológicos que afetam o ensino-aprendizagem e a relação aluno-ambiente;
- Lidar com os processos cognitivos e físicos do desenvolvimento global de crianças, jovens e adultos, potencializando tanto o processo do ensino quanto da aprendizagem;
- Levantar hipóteses em estudo de caso e encaminhar o aluno ao profissional da área específica de saúde, caso haja necessidade;
- Apresentar relatório ou devolutiva com proposta de intervenção;
- Colaborar na elaboração de políticas educacionais, públicas e privadas;
- Capacitar gestores e administradores a interferir positivamente na elaboração e implementação de planos estratégicos.

A complexidade existencial advinda das transformações vividas pelas sociedades, tornou mais sensível as atividades dos educadores, cuja formação tradicional não lhes deu instrumentos para lidar com as novas percepções sobre como o cérebro aprende.
Por exemplo, sabe-se que o cérebro é o “motor” da aprendizagem, no entanto, continuamos agindo na educação como um mecânico que trabalha com o carro e ignora o que acontece com o motor – muitas vezes desconhece os mecanismos básicos dessa peça.
Na Educação do século XXI, as escolas estão inovando e buscando profissionais capazes de lidar com as potencialidades e dificuldades de aprendizagem, através de novos conhecimentos e práticas eficazes de intervenção, trazidos pelas neurociências.
Um dos caminhos abertos pela Neuroeducação aponta para o desenvolvimento de recursos e estratégias que forneçam subsídios para a capacitação de educadores, desenvolvendo ações centradas na difusão do conhecimento neurocientífico aplicados à aprendizagem.
Na perspectiva da sociedade, inúmeras vantagens podem ser antevistas na implementação das práticas neuroeducacionais. Considere-se, por exemplo, as seguintes:
- Construção de políticas públicas educacionais de alto impacto, conectadas ao estado da arte das neurociências;
- Eficácia dos processos de ensino-aprendizagem, reduzindo os custos de oportunidade dos investimentos em educação;
- Melhoria da experiência educacional do aprendente e consequentemente melhor trajetória escolar;
- Melhora significativa nas avaliações educacionais oficiais (ANA, Prova Brasil, SAEB, ENEM, ENADE, PISA);
- Compreensão e cumprimento dos percursos formativos e objetivos previstos nos documentos legais preconizados pelo MEC (LDB, PNE, BNCC, PCN e DCN);
- Cumprimento das proposições do ECRIAD;
- Alinhamento com os protocolos da UNESCO e as competências para a Educação do século XXI;
- Formação de jovens capacitados para a convivência numa sociedade complexa.
